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domingo, 3 de junho de 2012
sexta-feira, 9 de março de 2012
Grito do seu povo
Na
minha terra a guerra habitara
Pelos
rios sangue escorrera
Pelas
ruas só o silêncio se espalhara
Estara
de luto a minha terra
Entraram
os mathangas na aldeia
E
friamente vareram toda gente que da fome escapara
Teria
tombado o preto na testa da desgraça
Sem
esperânça de sobrevivêcia,
Nem
onde coubesse toda a sua desgraça
Afogara-se
em suas próprias lágrimas sangrentas
E
remexendo escombros procurava algo que lhe
roubasse a solidão,
Pois
ninguém mais sobrou
Caminhara
o sbrevivente procurando um canto para dormir
Mas
só ha corpos pelo chão,
Todo
desfiado procura ouvir um simples cocorocôôôôô
Mas
nem as galinhas deixaram escapar os satanhocas
Continuara caminhando pela estrada morta
Onde
nem um gafanhoto se fizera passar,
O
cansaço vencera a sua esperânça
E
de baixo de um imbondeiro pôs-se a dormir
Ao raiar do sol faminto e uma aurora preguiçosa
Abriu
os olhos e viu timbila que tocava e trazia o grito do seu povo.
¹matsangas: desiganção pela qual são
conhecidos os bandidos armados; ² satanhoca:
covarde, insaguinário; ³ timbila: plural
de mbila, instrumeno musical feito de
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
Tambores mudos
Conte mãe
Histórias de alegrar
Noites de luar ao som dos tambores
Levantando novos amores
Não embrulhe o sofrimento
Conte a sua história mãe
Sua joventude alegre em volta da fogueira
Excitando catigas de amor
Conte, conte
Não deixe
idade vencida,
Pele torcida
Noites sem cantigas e tambores mudos
Contem mãe o seu fim na roda do tempo.
Inacio Nhancale
Estou so
Olho em minha volta e nada vejo
Silêncio, ausência, vazio…
Nada há ao meu redor
Olho p'ra minha volta e nem minha sombra vejo
…Ao menos fosse vadio…
Mas tristemente nem mereço o chão que piso
A chuva que cai, até o sol que queima eu mereço
O mundo se foi de mim
Quem me dera
estivesse cá a ausência!
Pois nunca cá esteve alguém,
Estou só sem nada, sem ninguém e sem mim.
Inacio Nhancale
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