Na
minha terra a guerra habitara
Pelos
rios sangue escorrera
Pelas
ruas só o silêncio se espalhara
Estara
de luto a minha terra
Entraram
os mathangas na aldeia
E
friamente vareram toda gente que da fome escapara
Teria
tombado o preto na testa da desgraça
Sem
esperânça de sobrevivêcia,
Nem
onde coubesse toda a sua desgraça
Afogara-se
em suas próprias lágrimas sangrentas
E
remexendo escombros procurava algo que lhe
roubasse a solidão,
Pois
ninguém mais sobrou
Caminhara
o sbrevivente procurando um canto para dormir
Mas
só ha corpos pelo chão,
Todo
desfiado procura ouvir um simples cocorocôôôôô
Mas
nem as galinhas deixaram escapar os satanhocas
Continuara caminhando pela estrada morta
Onde
nem um gafanhoto se fizera passar,
O
cansaço vencera a sua esperânça
E
de baixo de um imbondeiro pôs-se a dormir
Ao raiar do sol faminto e uma aurora preguiçosa
Abriu
os olhos e viu timbila que tocava e trazia o grito do seu povo.
¹matsangas: desiganção pela qual são
conhecidos os bandidos armados; ² satanhoca:
covarde, insaguinário; ³ timbila: plural
de mbila, instrumeno musical feito de
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